Ao receber das mãos do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), uma medalha para condecorar os que prestam serviços à cidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não fez a menor questão de economizar nas menções às enchentes que assolam a capital e se transformaram em tema recorrente de críticas à prefeitura. Ao lado do governador José Serra (PSDB), antecessor de Kassab e também homenageado, Lula discorreu minutos a fio sobre transtornos causados pela chuva que vivenciou desde que veio do Nordeste, ainda na década de 50.
Recheado de afagos ao prefeito e de acenos ao governador, pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, o discurso do Presidente Lula foi logo entendido como uma alfinetada por tucanos e petistas que assistiam à solenidade. Kassab já havia mencionado o assunto. Mas foi Lula quem entrou a fundo no tema. Na saída, alguns representantes do PT nem sequer disfarçavam as risadas ao lembrar do teor da fala.
Ao fim do discurso, o Presidente Lula pediu a Kassab e a Serra que dessem “um presente para a cidade”. Propôs uma parceria para solucionar este e outros problemas. Disse que prepara o orçamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) e disse querer a presença de Kassab na negociação.
Kassab, que em sua fala havia descrito o Presidente Lula como “o símbolo vivo do Brasil que desafia a adversidade”, preferiu não polemizar. Indagado se vira no discurso do presidente uma provocação, respondeu: “Imagina. Ele foi muito humano. Mostrou que tem carinho, conhecimento dos desafios que existem na cidade hoje e dos desafios que já foram superados. Mostrou que ele mereceu a homenagem.”
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